Medo de inovar com tecnologia. Resistência. Como resolver?

Você já calculou quanto dinheiro a sua empresa perde, direta ou indiretamente, por causa do medo que as pessoas têm da tecnologia e da mudança? A resistência a atualizar processos, testar novos sistemas ou adotar ferramentas modernas custa caro — muito mais do que a maioria dos gestores imagina. A velha frase “time que está ganhando não se mexe” ficou obsoleta em um mundo onde eficiência, dados precisos e agilidade são diferenciais competitivos poderosos.

Resistência à Tecnologia

O mais curioso é que muitos negócios permanecem presos ao passado não por falta de capacidade técnica, mas por medo, acomodação ou crenças ultrapassadas. Vejo isso todos os dias. Empresas que poderiam reduzir custos, melhorar a segurança operacional, eliminar retrabalhos e acelerar projetos, mas preferem seguir pelo caminho conhecido — mesmo que mais caro e arriscado.

Um caso específico me marcou. Um cliente de longa data precisava projetar modificações em tubulações para a instalação de um tanque buffer de matéria-prima. Ofereci um escaneamento digital a um preço extremamente competitivo — cerca de R$ 5 mil — justamente para introduzir o serviço em um parceiro que já confiava em nós. O gestor responsável, um engenheiro de projetos experiente, recusou. Insisti porque sabia do impacto positivo que o 3D digital teria na obra. Reduzi o custo ao mínimo, cobrindo apenas mobilização e operação. Nova recusa. Por fim, ofereci de graça. E, ainda assim, o gestor disse não.

O serviço não exigia parada de produção, não gerava riscos operacionais e em 24 horas entregaríamos uma nuvem de pontos precisa, georeferenciada e pronta para projetar sem erros. Mesmo assim, a resposta continuou sendo não.

Meses depois, fui chamado para acompanhar a instalação do tanque. Dois dias de obra e… tudo parou. O tanque simplesmente não passava pela área designada por causa de uma interferência de cerca de 20 centímetros. Uma diferença mínima num desenho 2D, mas gigantesca quando falamos de obra real. Resultado: fábrica parada, necessidade de cortar tubulações, readequar equipamento e vários dias de atraso.

O gestor me olhou como quem diz: “Eu sei”. Eu, por respeito, fiquei em silêncio. Mas aquele momento abriu portas. Depois do ocorrido, ele me chamou para uma apresentação rápida. Fiz a demonstração que antes havia sido recusada, e a empresa acabou revisando toda a área de P&D. Abandonaram 2D desatualizado e passaram a trabalhar exclusivamente com nuvens de pontos. A partir daí, os erros cessaram e os projetos ganharam precisão e velocidade.

O mesmo aconteceu lá atrás com drones, quando começamos em 2014. Era comum bater à porta de fábricas que viam aquele “bichinho voador” com desconfiança, mesmo apresentando requisitos de segurança e inúmeros benefícios. Hoje, drones estão em toda parte — e quem dominou a tecnologia primeiro conquistou espaço, eficiência e vantagem competitiva antes dos outros.

Visão da Psicologia sobre o Medo de Inovar

A psicologia explica que o medo do novo é um mecanismo natural de autopreservação. Nosso cérebro tende a preferir o familiar porque mudanças exigem energia cognitiva, assumem riscos e expõem a vulnerabilidade humana de “não saber”. Esse fenômeno, chamado aversão à incerteza, faz profissionais experientes evitarem tecnologias que não dominam — mesmo quando racionalmente sabem que podem trazer benefícios.

Além disso, o medo de inovar está ligado ao viés da confirmação: buscamos evidências que sustentem nossa visão atual e ignoramos informações que nos empurrariam para a mudança. O resultado? Perda de oportunidades, estagnação e decisões baseadas na emoção, não nos dados. Empresas que não compreendem esse aspecto humano acabam ficando para trás, enquanto organizações que acolhem a aprendizagem, o teste e o erro calculado avançam de maneira mais consistente e competitiva.


Clique aqui para ir para nosso Canal no Youtube

Clique aqui para ir para nosso Canal no Instagram

#Inovação #TransformaçãoDigital #Tecnologia #Gestão #TomadaDeDecisão #Produtividade #Indústria #Escaneamento3D #Drones #MapeamentoDigital #Liderança #PsicologiaOrganizacional